A astrologia na idade média e medicina
- Zodiac Zone
- 19 de out. de 2020
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No início da Idade Média, os teólogos depararam-se com o problema de classificar a astrologia
Na Idade Média os teólogos tiveram de confrontar-se com o dilema de classificar a Astrologia, se como ciência legítima ou como uma arte divinatória proibida.
No Liber Introductorius”, de Michael Scott (1235), pode ler-se: “Todo o astrólogo é digno de ser considerado e respeitado, porque tem o favor de Deus, seu Criador, uma vez que com a sua doutrina e os seus conhecimentos de astronomia conhece, talvez, muitos segredos divinos e outras coisas que poucos conhecem”.
No início da Idade Média, os teólogos depararam-se com o problema de classificar a astrologia ou como ciência legítima ou como uma arte divinatória proibida. John de Salsbury (1115-1180) decidiu que, pelas suas amplas aspirações proféticas e a sua aparente negação do livre arbítrio, a astrologia usurpava o poder das estrelas ao próprio Criador. Deve-se a Santo Alberto Magno (1200-80) a separação da astrologia das suas associações pagãs.
Santo Alberto foi o primeiro em compreender o valor teológico da ciência e das filosofias grega e árabe. O seu grande mérito foi tornar este conhecimento acessível à civilização ocidental, sobretudo os ensinamentos de Aristóteles, segundo os quais era básica a doutrina que dizia que os acontecimentos terrenos eram governados pelas esferas celestes. Santo Alberto chegou à conclusão de que, ainda que as estrelas não pudessem exercer influência sobre a alma humana, influenciavam o corpo e a vontade humanas.
São Tomás de Aquino(1225-1274), um dos mais importantes teólogos cristãos, concretizou ainda mais as ideias de Santo Alberto. A astrologia, excluídos os elementos de magia, poderia ser aceite como objeto digno de estudo e, além disso, poderia considerar-se como um complemento da visão de Universo da própria Igreja.
A Astrologia como disciplina académica
O respeito académico de que goza, a partir de então, a Astrologia, reflecte-se nas novas universidades europeias, nas quais os estudos astrológicos faziam parte do plano de estudos. A Universidade de Bolonha, onde estudaram Dante e Petrarca, teve uma cátedra de Astrologia desde 1125. O título de astrólogo era tão importante como qualquer outro e o astrólogo era olhado com o maior respeito.
À medida que decorria a Idade Média foi crescendo entre os astrólogos uma tendência a exagerar. Um dos astrólogos mais conhecidos do século XIII, Guido Bonatti, escreveu um livro que se tornou muito popular e esteve ao serviço do Conde Guido de Montefeltro. Era tal o exagero que, ao iniciarem-se as campanhas militares do Conde, mandava, por indicação das estrelas, tocar um sino para que os soldados colocassem a armadura, outra vez para que montassem a cavalo e outra para que partissem a galope. Dante, no seu “Inferno”, condenou Bonatti, queixando-se que misturavam ciência e magia e, nos últimos livros da Divina Comédia, voltou a dar à Astrologia a dignidade que merecia. Com a chegada do Renascimento, baixou a popularidade da Astrologia, sendo os próprios Papas quem a protegeu.
Algumas curiosidades:
O Papa Sixto IV (1414- 1484) foi um dos primeiros Papas que levantou e interpretou um horóscopo.
Nos primeiros tempos do Renascimento a Astrologia gozava de grande popularidade e o Papa Júlio II, consultou um astrólogo para fixar o dia da sua coroação.
Michael Scott - Defendeu a astrologia em seu livro “Liber Introductorium”. Santo Alberto de Magno - Acabou sendo responsável pelo resgate da astrologia, afastando-a das chamadas ideias e conceitos pagãos, trazendo de volta a filosofia grega e os ensinamentos de Aristóteles (filósofo grego). Tomás de Aquino - Aproximou a astrologia dos conceitos cristãos. Na Universidade de Bolonha, a astrologia passou a fazer parte do currículo no ano de 1125. Com todos esses esforços, a astrologia passa a ganhar força e os astrólogos a serem chamados “mathematici”, pois seus estudos faziam parte da matemática; nessa época até a medicina, na busca do tratamento adequado para os enfermos, era influenciada pela astrologia. Contudo, a astrologia e seus estudiosos continuaram a ser perseguidos, como Cecco d’Ascoli, professor de astrologia em Bolonha, morto na fogueira em 1327, não por ser considerado astrólogo, mas por suas ideias hereges, de acordo com a Igreja Católica. fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/cotidiano/historia-da-astrologia-na-idade-media/61817
Astrologia Judiciária e Astrologia Médica
A relação dos signos zodiacais com o corpo humano
Os antigos astrólogos dividiam a ciência astrológica em Astrologia natural e Astrologia judiciaria. A Astrologia natural compreendia a Astrologia meteorológica e a Astrologia medica ou fisiológica.
Astrologia Judiciaria: e a Astrologia propriamente dita, pretendendo adivinhar o passado , o presente e o futuro pela interpretação do horoscopo referente ao individuo, ou sociedade de indivíduos cujo destino procura saber.
Astrologia Medica: A proposito do vocábulo Aritmética damos sumarias indicações sobre a influencia dos números na Medicina antiga, mormente assíria, babilônica, grega e egípcia, influencia tanto mais marcada quanto poderosa era a doutrina filosófica de Pitágoras.
Cada parte do corpo humano era considerada como sujeita a um astro, e , por isso , as doenças deviam subordinar-se ao seu poder.
Sol - coração , estomago, cérebro , nervos, olho direito, influenciando e enfermidades quentes e secas, cancro da boca, doença dos olhos
Lua - braço e lado esquerdo, cabeça, ventre , peito , estomago da mulher, influenciando a epilepsia, a paralisia
Vênus - fígado, umbigo, órgãos genitais, influenciando as fistulas
Júpiter - ventre, sangue , cartilagens, influenciando a apoplexia e todas as doenças do sangue
Marte - fígado, órgãos genitais masculinos, veias, influenciando as febres altas, sarna, lepra enxaqueca
Mercúrio - língua , nariz , memória, mãos e pé direito, influenciando as enfermidades do espirito, tisica, epilepsia
Saturno - pâncreas, bexiga, influenciando todas as enfermidades digestivas e do fígado
As constelações do zodíaco regulam também várias partes do corpo humano e funções orgânicas
Aries - a cabeça, a vista e a cegueira
Touro - o pescoço, os ouvidos e a surdez
Gêmeos - as espaduas, o olfato e sua ausência
Câncer - as mãos e os braços, a palavra e o mutismo
Leão - o peito e o coração, a deglutição e a fome
Virgem - o estomago e intestinos, a castidade e castrações
Libra - os rins, a atividade e impotência
Escorpião - as partes genitais , o andar
Sagitário - as coxas, a cólera e a exaltação biliar
Capricórnio - os joelhos, o riso e a exaltação pancreática
Aquário - as pernas, o pensamento e a excitação cardíaca
Peixes - os pés, o sono e a languidez.
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